UM PROJETO

Adolescentes destacam importância de atenção para Primeira Infância na Amazônia

17/11/2023 14:11

Os 37 alunos da turma 1B da Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Lemos, do município de Santa Izabel do Pará, participaram de uma atividade de educação midiática ao realizar a leitura, interpretação, discussão e revisão textual da segunda reportagem de Jornalismo de Soluções da plataforma Amazônia Vox. A atividade é parte de um projeto experimental de educação midiática realizada pelo Instituto Bem da Amazônia, através do Amazônia Vox. 

Coordenada pela professora Marcela Castro, esta já é a segunda atividade, que incluiu os adolescentes no processo de construção da notícia, uma vez que eles participam da etapa e revisão e os ajuste solicitados são incluídos na matéria antes da publicação.

O tema da segunda reportagem é a Primeira Infância, com recorte específico sobre a cobertura pré-natal na Amazônia. O levantamento feito pela reportagem do Amazônia Vox revela que, segundo dados de 2021 do SUS (Sistema Único de Saúde), 95 dos 100 municípios brasileiros com piores indicadores do atendimento adequado de sete ou mais consultas estão em Estados da Amazônia Legal Brasileira. Dos cem melhores, apenas dois.

A reportagem foi elaborada a partir dos pilares do Jornalismo de Soluções, apresentando o problema, mas a partir de respostas locais para o desafio. Neste sentido, a matéria ouviu relatos e detalhou como é feito o atendimento pré-natal em comunidades ribeirinhas do município de Abaetetuba, no interior do Pará. O município, ano a ano, tem melhorado os indicadores.

Importância do tema - Após a atividade em sala de aula, realizada em trios, os adolescentes comentaram sobre a relevância da abordagem e expressaram suas visões sobre a experiência de correção da matéria, além de destacar a importância da disseminação das informações sobre pré-natal.

“Ao ler a matéria compreendi que o pré-natal é muito importante para a saúde da mulher e do seu filho. Isso tem ajudado muito as mães ribeirinhas que têm difícil acesso no pré-natal, e acabam por ter complicações em sua gravidez. Então eu achei esse assunto abordado na matéria muito importante para nós e para a sociedade”, comentou a aluna Aline dos Santos, de 16 anos.

Já os estudantes Andrey Leal, Antônio Nascimento e Murilo Macedo comentaram o quanto o assunto deve ser visto com atenção pelo poder público. “Sobre os temas abordados, foi bem realista, sabe? Sem esconder nada, sem maquiar. E isso é muito bom porque passa uma visão do que acontece realmente. Lança tudo na real mesmo, para ter mudanças. Porque o povo realmente não aguenta mais isso. Sem a qualidade de vida necessária... As coisas básicas. É o nascimento de uma nova pessoa no mundo, então devia ser bem mais reconhecido pelos ‘maiores’. Pelos ‘peixes grandes’’, comentou Andrey.

Os adolescentes também enfatizaram a relevância do tema para a saúde da mulher e do bebê, destacando que informações claras e acessíveis são essenciais, especialmente para comunidades sem acesso à internet ou com menor escolaridade.

 “Eu achei essa matéria muito importante, pois muitas mães não têm condições de ter pré-natal. E eu acho que, como as mães de comunidades ribeirinhas são bem carentes, deveriam ter mais acesso”. Colocou Izabelly Karoliny de Oliveira e Oliveira, de 16 anos.

 “Ao ler a matéria, achei muito importante o debate sobre o pré-natal, que hoje em dia tá sendo muito dificultoso para as mães, jovens e adolescentes. (...) Nos postos, é difícil ter médicos e sobre isso, eu acho muito importante fazer o pré-natal por conta das mães. Mães que têm necessidade de fazer isso por conta para os bebês não terem dificuldades, não fazer a perda de neném e eu acho muito importante sobre isso, fazer o pré-natal”, afirmou Sthephane Faro (16).

“Temos um alto engajamento dos estudantes na atividade, a atenção que eles tem com o texto, demonstrando seu comprometimento em tornar informações cruciais sobre o pré-natal acessíveis a todos, seja no formato da escrita, quanto na sensibilização sobre o tema. E quando eles percebem que na publicação foram feitos os ajustes e está lá o nome deles, se sentem valorizados, percebidos, participantes mesmo do processo. Tem sido muito positiva essa experiência para o aprendizado deles, que inclusive já reforçam a importância do jornalismo sério para a sociedade”, destaca a professora Marcela Castro.

No processo de revisão do texto, os estudantes expressaram a necessidade de simplificar a linguagem utilizada, substituindo termos mais complexos por palavras de compreensão mais fácil. Eles apontaram que uma linguagem mais acessível é o que garante que todas as pessoas, independentemente do nível de escolaridade, possam compreender a importância dos cuidados pré-natais.

Alunos da Turma 1B da Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Lemos, de Santa Izabel do Pará

Abigail da Silva Costa, Adrian da Silva Farias, Alice Fernanda dos Santos Chermiont, Alice Rayanne Souza dos Santos, Aline dos Santos da Silva, Alynne Lopes Ferreira, Ana Clara Marques Santana, Andrey Almeida Leal, Antonio Reginaldo do Amaral Nascimento, Brena Alice Gonçalves de Sá, Cristian Borges Oliveira, Dhenyfer Gisele Silva das Chagas, Elissandra Carolina Silva Araújo, Emilly Caroline do Nascimento Matias, Eric Gabriel da Silva Oliveira, Ezequiel Ribeiro Santa Brígida, Geovana Pinheiro da Silva, Geyziani Silva dos Santos, Giovani Coelho Correa Junior, Izabelly Karoliny de Oliveira e Oliveira, João Lucas Santos Conceição, Juliana Miyamoto Batista, Karoline Borges de Melo, Kauan Martins Santos, Leticia Silva de Sousa, Lucas Gabriel Ferreira da Silva, Maria Luiza Medeiros Pinheiro, Murilo Alves de Macedo, Naan Laad Barros Modesto, Queren Phammella da Silva Nascimento, Rodrigo da Silva Cardoso, Samilly Caroline Faro Almeida, Sthephane Faro, Thais de Souza Paixão e Thatilelly Silva dos Santos,

A reportagem do Amazônia Vox foi selecionada pelo programa “Early Childhood Reporting Fellowship” (Bolsa de Reportagem para a Primeira Infância, em tradução livre), do The Dart Center for Journalism and Trauma, da Universidade de Columbia (EUA). O programa contou também com apoio da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.