Texto: Mateus Miranda, com edição de Alice Martins
Fotos: Filipe Bispo
A Amazônia é a região do Brasil que tem o maior índice de insegurança alimentar do país. Apesar disso, o cenário oferece alternativas possíveis para reverter esse quadro, conforme ressalta Walkymario Lemos, Chefe-Geral da Embrapa Amazônia Oriental. "Aqui, nós temos tudo. Poucas variação de temperatura, clima adequado e terra boa. Somos uma série de potencialidades complexas", comentou.
Essas condições regionais ajudam o Brasil a ser o maior exportador de alimentos no mundo. Em 2023, a indústria de alimentos registrou o melhor desempenho e capacidade instalada dos últimos 10 anos. No entanto, de acordo o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no Brasil em 2023. A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Percentualmente, a queda foi de 8% para 1,2% da população.
Para conseguir fazer com que a produção de alimentos chegue de forma mais equilibrada nas mesas das famílias, Liége Correia, diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, destaca que é preciso haver atenção especial a um aspecto: rastreamento alimentar. "Ele é essencial para, dessa forma, os alimentos serem acessíveis para produtores e consumidores. Isso daria visibilidade ao Brasil dizer para o mundo que pode fazer isso. O país tem condições de atender às demandas. Se o objetivo é acabar com o desmatamento, a gente precisa envolver o produtor, até boa parte dessa floresta estar dentro das fazendas", complementou.
A iniciativa de jornalismo Amazônia Vox realiza nesta semana sua primeira cobertura presencial e em tempo real. Contando com uma equipe de doze profissionais, serão destacados os principais pontos e debates dos painéis durante a II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias. Acompanhe a cobertura completa aqui.
Durante a conversa, Adriano Espeschit, empresa presidente da Potássio do Brasil, acrescentou que a fonte de energia usada no Brasil traz maior confiança aos alimentos brasileiros no mercado internacional. "Nós temos 84% de energia renovável. Isso representa 1.500 toneladas a menos de carbono que estamos jogando na atmosfera”.
Insegurança alimentar, energias renováveis e distribuição foram alguns dos temas discutidos durante o painel sobre como a "Produção de Alimentos Pode Garantir Autonomia e Segurança Ambiental na Amazônia" nesta quinta-feira (7), durante o segundo dia da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias.
A cobertura especial do Amazônia Vox na II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias é um oferecimento da Vale.